terça-feira, 13 de abril de 2010

Megarede europeia de energias renováveis

Pesquisadores nos EUA chegaram a esta brilhante conclusão: para tornar menos instável e sujeita às flutuações constantes do vento uma rede eléctrica abastecida por eólicas nada melhor do que ligar os diversos parques eólicos numa GRANDE REDE. Será que por cá já não sabíamos todos isso?

Neste caso, o tamanho importa e faz toda a diferença já que dessa forma resolve-se o problema da falta de vento numas zonas com a ocorrência de ventos fortes noutras zonas. Para distâncias superiores a 1.000 km, por exemplo, nalgum ponto da rede sopraria vento suficiente para fornecer carga à rede.

Vem isto a propósito da notícia vinda hoje a público de que a Fundação Europeia para o Clima, sedeada em Bruxelas, vai entregar na Comissão Europeia um Relatório reafirmando o papel da Espanha como principal produtor de energia solar fotovoltaica, servindo ao mesmo tempo como território de trânsito para a produção de energia fotovoltaica produzida no norte da África com destino à Europa.

À França, por sua vez, caberia o papel de grande produtora de energia eólica da EU. Devido à sua localização geográfica central seria o elo de ligação das redes espanhola e inglesa para o resto do continente europeu.

Independentemente do mérito do estudo, não deixa de ser caricato ter o mesmo focado as potencialidades de Espanha para a produção de energia solar fotovoltaica e esquecer Portugal com as mesmíssimas condições  que a Espanha, salvaguardadas as dimensões dos dois países, está claro. E, por outro lado, não fazer qualquer referência ao facto de a Espanha ser, actualmente, o 4.º maior produtor de energia eólica do mundo só superada pelos EUA, China e Alemanha e que está longe de ter esgotado a sua capacidade de gerar energia eólica, nomeadamente, através de plataformas flutuantes offshore ao longo da costa atlântica e da costa brava.

O estudo dá grande relevância, como não podia deixar de ser, às conexões existentes e a serem criadas entre as redes francesa e espanhola que poderão chegar a 47 GW em 2050. Não deixa, contudo, de ser aberrante que, actualmente, a capacidade de interligação entre Portugal e Espanha (1.500 MW) seja superior à capacidade de interligação existente entre a França e Espanha (1.000 MW).

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