segunda-feira, 5 de abril de 2010

Aumento da potência & Aumento da produção

Sobre a sua indignaçã0 e acérrima oposição aos seis reforços de potência das centrais hidroeléctricas no âmbito do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico.

Diz o Senhor Engenheiro:
«Um reforço de potência não aumenta a energia hídrica de um rio».

Explicitando melhor:"Reforçar a potência" é aumentar a capacidade de turbinar a água, é pôr turbinas mais largas ou pôr mais turbinas, mas isso não aumenta a quantidade dessa mesma água e, portanto, não aumenta a energia que há nas albufeiras. Por conseguinte, um reforço de potência só aumenta a velocidade, a taxa a que se consegue turbinar a água, mas não a quantidade existente dessa água.

Sabe, por acaso, o Senhor Engenheiro que desde Novembro de 2009 até ao início de Abril de 2010 as comportas da barragem Crestuma/Lever estiveram quase ininterruptamente abertas e que, se em vez de 3 grupos de potência nominal (MW) 3x79,50 tivesse 6 grupos com a mesma potência nominal, teria produzido o dobro de electricidade nesse período de tempo?

E produzir mais pelo aumento da potência, embora em menos tempo, pode fazer toda a diferença.

Em todo o modo, as afirmações do Senhor Engenheiro, professor no IST, laboram em erro grosseiro na medida em que esquecem, propositadamente ou não, um dos factores de que depende a potência e a produção de energia de uma central hidroeléctrica: a altura, isto é, a queda útil do empreendimento. Já que a potência e a produção de energia de uma central hidroeléctrica dependem dos caudais ocorridos e da queda útil do empreendimento.

Ora, se as intervenções previstas para o reforço da potência das centrais hidroeléctricas ampliarem a queda útil do empreendimento, obter-se-á não só um aumento de potência como ainda uma aumento da produção de energia.

Não será, assim, Senhor Engenheiro?

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