segunda-feira, 19 de abril de 2010

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Machadada final no projecto da Central Nuclear

Já não há espaço para a energia nuclear em Portugal. Deixem de sonhar, líricos.

A janela de oportunidade do nuclear fechou-se. Com o aumento exponencial  esperado de energia gerada a partir de fontes renováveis nos próximos anos, deixa de fazer sentido, em termos de racionalidade económica, construir uma central nuclear em Portugal, antes de 2020.

Só para perceberem o que está em jogo, em 2011, a Central Termoeléctrica de Sines, a carvão e tecnologicamente obsoleta, que funciona actualmente como estabilizador de carga na rede e central de reserva, irá operar de forma intermitente, prevendo-se grandes períodos de paragens ao longo do ano.

Os promotores de uma Central Nuclear para Portugal alimentavam a secreta esperança de esta vir a susbstituir a central a carvão de Sines. Com a notícia do quase encerramento da Termoeléctrica de Sines por se mostrar desnecessária, a partir de 2011, é a machadada final no sonho nuclear.

Percebendo isso, os promotores do nuclear  já  clamam pelo encerramento dos ciclos combinados cada vez mais a funcionar como meros estabilizadores de carga na rede eléctrica.

Mas como podem pedir o encerramento dos ciclos combinados se estas são centrais recentes, tecnologicamente bem apretrechadas, competitivas em termos  de  custos de geração eléctrica, flexíveis e com contratos de Produção em Regime Especial com tarifa de compra garantida ? E os contratos são para se cumprir  - Pacta Sunt Servanda.

Além de que os níveis calculados de emissão de gases com efeito de estufa,  em termos de ciclo de vida, colocam uma central nuclear numa situação pior que uma central a gás natural.

Querem um conselho? Não gastem o vosso latim com a  discussão da opção nuclear para Portugal.

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