segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Energia Nuclear é barata?

O caso brasileiro
Já foram gastos no programa nuclear brasileiro, até hoje, mais de 40.000 milhões de dólares. E quais os resultados palpáveis para a economia do Brasil e bem-estar dos brasileiros deste gasto colossal de dinheiros públicos?

Após 40 anos de hesitações e muitas discussões, construíram-se duas centrais nucleares (Angra 1 com potência instalada de 657 MW e Angra 2 com potência instalada de 1.300 MW) que produzem o equivalente a 2% da electricidade consumida no Brasil. Está prevista, para breve, a entrada em funcionamento de uma nova central nuclear – Angra 3 com capacidade instalada de 1.000 MW - que irá produzir o equivalente a 1% do consumo total de energia do país.

O dinheiro já gasto em Angra 3, parada desde 1986 e cuja construção foi retomada em 2008, investido em parques eólicos, dava para instalar mais do dobro de potência eléctrica , em 1/3 do tempo (2 anos), sem a produção de resíduos altamente radioactivos, sem riscos de acidentes ambientais graves e criando-se 32 vezes mais empregos.

Entretanto, ¾ do potencial de energia hídrica do Brasil está por explorar, apesar do país se poder vangloriar, e com razão, nos areópagos mundiais, como o faz Lula da Silva, de ser de origem renovável (hídrica) 85% da electricidade produzida.

Pergunta-se: porque razão entrou, e se atolou, o Brasil na aventura nuclear? Os militares têm a resposta.
Em 1985, 1/3 da dívida externa do país derivava do programa nuclear brasileiro.

Custo de Angra 3:
7,2 mil milhões de Reais segundo a Electrobras (e sem se contabilizarem os custos ocultos, suportados pelo Estado, de que falaremos noutro post). Fontes independentes falam em 9,5 mil milhões de Reais a que acresce 1,5 mil milhões de Reais já gastos, até agora, e não contabilizados.

A dupla Eletronuclear/Eletrobrás publicita com grande alarde uma tarifa de R$ 138/MWh para a energia que irá ser produzida em Angra 3.

Ora, no último leilão brasileiro para a instalação de parques eólicos, realizado em Dezembro de 2009, foi negociada uma tarifa média de R$ 148/MW (cerca de 60 Euros)  para e electricidade produzida nesses parques e vendida à rede eléctrica.

Apesar de, como disse a principal responsável da EDP Renováveis, o custo da energia eólica no Brasil, devido aos altos impostos a que está sujeita a importação do equipamento (que não existe no país) e outros custos relativos a licenciamentos, ser superior à média mundial em 40%.
Palavras para quê?

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